terça-feira, 24 de novembro de 2009

SUA AUSÊNCIA


As canetas – quando falham,
Os relógios – quando param,
O café – quando esfria,
Seios cheios de estrias,
Vasos vazios, com flores,
As feridas – suas dores,
As idéias que não calham,
Tagarelas que não calam,
Pátria – porca idolatria! –
As mentiras das verdades,
As verdades das mentiras,
O fetiche dos amores,
Ritas, Martas e Dolores,
Chicos, Paulos e Josés,
Fatos, fotos e fitas,
Metas, motes e mitos,
Mártires, mortes e fé...
As gravatas – colarinhos,
Os amores sem carinho,
O dinheiro de quem pisa
Nas feridas de quem desce,
A fé cega de quem morre
Envolvido em suas preces,
Os ditadores bundões,
Os esquerdistas bufões,
Os direitistas também...
O faminto conformado
Com o luxo do patrão,
Os pedintes, os pedantes,
Os honestos, o ladrão.
O silêncio das idéias
Quando morrem nas barreiras,
O barulho das asneiras
Que sufocam tais idéias,
Os moleques de rua, por que não?
Injustiça produz santidade?
Sentem fome, sede, frio,
Mas alguns praticam crimes
Com requinte, crueldade.
Os estorvos sem remédio!
E também detesto o tédio!
Essas horas se arrastando,
A mesmice, o marasmo,
A frieza desse orgasmo
Fingindo, gemendo, cortando...
Essa estranha ao meu lado.
Ah! Como detesto!
Detesto, detesto e pronto!
Minha vida é um nada sem você!

Jorge Henrique

Poema finalista do XI Concurso de Poesia Falada da cidade de Lagarto-SE, 1999.

4 comentários:

  1. Jorge,

    É mesmo um poeta. Gostei da sua poesia e do seu blog como um todo.

    Também estou te seguindo.

    Abraços.

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  2. Olá, querido Jorge. Quanto tempo! Tudo bem?
    Adorei o poema. Simplesmente lindo. Tão belo que tomei a liberdade de republicá-lo em meu blog: http://diariodeumaprofessorinha.blogspot.com
    Espero que me perdoe pelo atrevimento, mas queria deixá-lo mais iluminado com seus tão encantadores versos. Abraço!

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  3. Oi, Jorge!

    As leituras dos blogs mantenho quase em dia (o Google Reader me salva!!)... o que fico sempre devendo são os comentários... uma blogueira pela metade, bem sei...

    Mas, agora, com o final do ano letivo, as coisas vão se acomodando... vão ganhando um ritmo menos acelerado...

    Lindo poema! Aliás, é sempre assim: quando chego em teus textos me encanto...

    Que surpreendente declaração de amor!!

    Abraços!!!

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  4. Olá Jorge!
    É um grande prazer estar por aqui!Já me tornei sua seguidora!
    Parabéns pelo belo poema! Tudo por aqui é muito encantador!

    abraços
    Vera

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