Quem vai ouvir teu apelo
E atender teu chamado?
Quem morrerá ao teu lado?
Quem beijará tuas chagas?
Quem ouvirá tuas pragas,
Suportará as intrigas?
Depois, lamber-te a barriga...
Depois, morder-te a orelha...
Quem vai correr-te nas veias
Para corar teu palor?
Quem vai plantar-te o amor
Para colher-te o prazer?
Quem te fará renascer,
Aniquilar teu marasmo?
Quem sentirá teu orgasmo
Para contigo gozar?
Quem vai poder te amar
E suportar teus defeitos?
Quem vai guardar-te no leito
Te proteger do perigo?
Quem te dirá o que digo?
Quem te fará o que faço?
Quem vai – depois do fracasso –
Te ajudar a vencer?
Quem poderá defender
Tuas idéias vazias?
Quem vai “curtir” tuas estrias,
Saborear teu mau hálito?
E teu desejo esquálido,
Quem vai saber saciar?
Quem vai te ver defecar
E delirar de encanto?
Quem vai cobrir-te com o manto
Das indulgências insanas?
Quem vai comer ratazanas
E arrotar sapos-boi?
Quem dirá: “é” (se não foi!)
Quando quiseres sorrir?
No desespero ao partir,
Quem vai jogar-se aos teus pés?
HENRIQUE, Jorge. Mutante in Sanidade. Cadernos Cultart de Cultura. Aracaju: UFS-PROEX-CULTART. Novembro, 2001. p. 50
sexta-feira, 13 de abril de 2007
OBSESSÃO NATURAL
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