sábado, 19 de maio de 2007

QUANDO JÁ NÃO FOR EM TEMPO

Agora vens colar os cacos dos meus sonhos
Com as lágrimas que já não podes mais conter
Da imensa culpa que teus dias tão medonhos
Tanto insistem em – nesta noite – te trazer!

Mas, acostuma-te ao remorso e à agonia
E saboreia o gosto fel da humilhação,
Bebendo – aos tragos – tua última alegria
E, entre soluços, vomitando o coração!

Pois nesta noite em que te encontras de joelhos,
Que nos meus olhos, que te servem de espelhos,
Podes olhar a triste dor que me consome.

E então sentir na carne a angústia lancinante
Que sente a alma de um poeta delirante
Que já não encontra forças pra gritar teu nome!

HENRIQUE, Jorge. Mutante in Sanidade. Cadernos Cultart de Cultura. Aracaju: UFS-PROEX-CULTART. Novembro, 2001. p. 63

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