quinta-feira, 17 de abril de 2008

Enquanto a mão tece o poema

Enquanto a mão tece o poema
outra cena acontece,
obscena.

Mas não
é obscena
a prece que se tece
entre os dedos do poema.

Entretanto,
entretece
o olho e a pena.

A cena,
que acontece
obscena,
ao mesmo olho acena,

mas não move
esse poema.

HENRIQUE, Jorge. 3º Lugar no II PRÊMIO BANESE DE LITERATURA. Aracaju, 2006.



Poema: Jorge Henrique; (In) II Antologia dos Poetas Lusófonos. Leiria (Portugal): Folheto Edições e Design. abril, 2009. p. 211; Interpretação: Jorge Henrique; Trilha sonora: "Din Din Wo (little child)", de Habib Koité and Barnada - álbum: Muso ko; Edição de som: Jorge Henrique; Software de edição: Audacity.

2 comentários:

  1. Semeador:

    Poeta plantador,
    tua pá lavra o poema
    em terramães, donzelas!

    Tua mão semeia f(agulhas), feriluminando,
    de tão belas!

    Sementes!...

    ***
    Emocionado,
    Compadre Lemos.

    ResponderExcluir
  2. Compadre,

    Emocionado estou por tão nobre visita ao meu humilde blog.

    Teu comentário iluminou meu espaço da mais plena poesia

    Muito emocionado,
    Jorge

    ResponderExcluir

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