sábado, 6 de junho de 2009

Ignora-te, a ti mesmo

Uma súbita coragem
Inconsciente
Dissipa a sombra imensa
De teus medos
Então não medes
Conseqüências
E mergulhas
Indolente
Nas profundas de ti mesmo...

Bandeirante de segredos incontidos
Desbravando a tua casa
Tão inóspita!

Mal encontras a ti mesmo,
Já te encontras solitário
E percebes
Tua ínfima existência...
E o chão te foge aos pés.

No teu canto,
O teu pranto em silêncio,
Contemplando
No teu quarto, ornamentado
De cortinas
De mentiras,
Tuas verdades esvaídas
Pelo chão...

Então voltas os teus olhos para a rua
E incontinenti clamas
Pra que as densas
Nuvens negras
De teus medos
Te agasalhem novamente
E repouses
Inocente
Na ausência
De ti mesmo.

HENRIQUE, Jorge. Mutante in Sanidade. Cadernos Cultart de Cultura. Aracaju: UFS-PROEX-CULTART. Novembro, 2001. p. 42.

Um comentário:

  1. Caro amigo
    como é difícil e magnífica a arte do autoconhecimento! As emoções, os medos, as limitações nos atropelam e preferimos muitas vezes nos esquivar da própria realidade, mergulhando no caus da vida comum. O seu poema me trouxe essa reflexão em tempo oportuno, num momento de grande conflito e desafio, de resgate do meu amor por mim mesma e salvamento da minha família
    Muito obrigada

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