Ao fim duma jornada fatigante,
valida entre os galhos de um espinheiro,
uma ave – conta a lenda – só e errante
empala-se no acúleo derradeiro
e ali sublima a própria agonia
ao transbordar do funda d’alma um canto,
que mesmo o rouxinol e a cotovia
- ignóbeis - ficam mudos de encanto.
Não busquemos como a ave tal suplício,
tampouco lamentemos desventura
que acaso encontremos pela estrada.
São a dor, o infortúnio, o sacrifício
escopos que nos talham a crosta dura,
revelando-nos pedra lapidada.
HENRIQUE, Jorge. Mutante in Sanidade. Cadernos Cultart de Cultura. Aracaju: UFS-PROEX-CULTART. Novembro, 2001. p. 41
domingo, 11 de março de 2007
CAMINHOS ESTREITOS
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