quarta-feira, 6 de maio de 2009

Alçando voo na voz

Asa reclusa, mas plena,
No papel, paira a poesia.
Resiste ao tempo, à pena,
Ao criador e a quem lê.
Existe aos olhos apenas
De quem a fez ou a vê.
Asa latente, pré-voo,
Pulsa, silente, a poesia.

Silente, fala aos ouvidos,
Aos mais íntimos ouvidos,
Cinge à ideia o objeto,
Cinge ao passado o presente,
Cinge o universo à pessoa,
Une no verso o que é
Ao que, não-verso, não é.

Mas na voz alça seu voo,
Asa aberta, asa-som,
Vibrando tímpanos, plena,
Imprimindo-se ao vento,
Ao pensamento, que, voo,
Torna-se novo silêncio.

HENRIQUE, Jorge. (In) II Antologia dos Poetas Lusófonos. Leiria (Portugal): Folheto Edições e Design. abril, 2009. p. 212.

6 comentários:

  1. Que, que é isso, poeta?
    Assim é covardia!
    Que perfeição!

    Parabéns!

    JÚNIOR

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  2. Meus parabéns, para mim é muito importante ler, mais ainda conhecer a paradoxal máquina sensível que é você. Para mim é sempre assim, falar de Jorge Henrique é produzir versos em prosa, quem aposta?

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  3. Fragata, meu amigo, obrigado pela sensibilidade e beleza do comentário.
    Sua presença aqui ilumina este espaço e o preenche da mais fina poesia.

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  4. Oi Jorge !
    Vi o seu convite no Blogs Educativos e estou visitando os seus blogs.
    Amo poesia, estou me deliciando com as suas postagens.Já estou na lista dos "seguindores".
    Grande abraço!

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  5. Corrigindo ...
    Estou na lista dos "seguidores" !
    rsrsrsrs

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