segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Sertão, música e poesia

Poetas Ramon Diego, Ancelmo Aragão e Jorge Henrique
Foto: Jeferson Melo (Crivo)

Na manhã de sábado, dia 14, a cidade de Nossa Senhora da Glória, no sertão sergipano, acordou com ares diferentes. Já havia prenúncios de que aquela seria uma data marcada pela singularidade, a notícia já corria nas redes sociais, já se propagava pelo boca a boca, já se anunciava a todos os ouvidos. Isso, no entanto, não impediu a surpresa das pessoas que, ao caminharem pela cidade, indo e vindo da feira livre, encontravam versos por toda parte.

Foto: Jeferson Melo (Crivo)
Lemos Mário Quintana nas paredes, vimos Manoel de Barros pendurado em árvores, tropeçamos na pedra de Drummond em pleno calçadão e esbarramos distraidamente com a poesia de Leminski pela rua. Sob a forma de papel, a poesia espalhava-se aos quatro cantos. Sob a forma de luz, projetava-se nas paredes de prédios. Glória acordou poesia. E seu despertar preparava a todos para a grande noite do SARAU.

Naquela noite, embalados ao violão clássico, muitos jovens de várias idades embriagaram-se de poesia. O espaço aconchegante e tranquilo da antiga sede dos escoteiros vestiu-se de poemas para acolher pessoas ávidas de arte. “A arte existe porque a vida não basta” (Ferreira Gullar) e todos buscavam ali esse algo mais.

Foto: Jeferson Melo (Crivo)
O I SARAU “SERTÃO NA ARTE” provou que é possível promover atividades culturais prazerosas e enriquecedoras quando pessoas dispostas se somam em torno de boas ideias. Provou também que, em meio a todo o bombardeio midiático promotor de uma cultura do comércio e do consumo, muitos ainda buscam alternativas de lazer, entretenimento e convívio. A poesia, ao contrário do que alguns pensam, permanece viva na alma humana, com todo o seu magnífico poder de aproximar pessoas e de provocar prazer.

Jorge Henrique

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